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AVALIAÇÃO SENSORIAL DE DOCES CREMOSO E EM MASSA DE AÇAÍ E BURITI
Danielle Cunha de Souza Pereira, Jean Felix Loubak, Carol Aguiar da Silva, Jasmine de Souza do Nascimento

Última alteração: 2022-11-20

Resumo


Os frutos de açaí e buriti possuem excelente valor nutricional e energético, mas necessitam de refrigeração ou congelamento para serem comercializados. Assim, o processamento dos frutos em produtos estáveis pode vir a ser não só uma alternativa de renda, mas também uma importante estratégia para a conservação da espécie e economia de energia. Uma alternativa de conservação viável para o aproveitamento dos frutos de açaí e buriti é a fabricação de doces, tais como os doces em pasta de elevado valor agregado e sensorialmente atrativos. Desta forma, tendo em vista a importância das palmeiras para a Agricultura Familiar o objetivo do trabalho foi desenvolver e avaliar sensorialmente doces em pasta (cremoso e em massa) a base de frutos do açaizeiro e buritizeiro. As polpas de açaí e buriti foram adquiridas no município de Boa Vista/RR, sendo em seguida transportadas sob refrigeração e processadas no IFRR/CAM. Após obtenção das polpas foram elaboradas duas formulações de doces cremoso, contendo: 1% de pectina, 39% de açúcar e 60% de polpa de açaí (Formulação 1 – doce cremoso de açaí)  e 1% de pectina, 39% de açúcar e 60% de polpa de buriti (Formulação 2 – doce cremoso de buriti), e duas formulações de doces em massa, contendo: 2% de pectina, 49% de açúcar e 49% de polpa de açaí (Formulação 1 – doce em massa de açaí) e 2% de pectina, 49% de açúcar e 49% de polpa de buriti (Formulação 2 – doce em massa de buriti).  As quatro formulações foram adicionadas de 0,25% e 0,2% de ácido cítrico, e 0,3% e 0,2% de ácido cítrico em relação ao teor de polpa, respectivamente. Posteriormente as formulações foram submetidas a tratamento térmico, em tacho aberto, até atingir 60 ºBrix e 80 ºBrix, respectivamente, sendo em seguida acondicionadas em embalagens plásticas apropriadas para doces em pasta. A avaliação sensorial foi realizada utilizando dois testes: escala hedônica com atributos e escala de intenção de compra. A avalição sensorial contou com a participação de 50 julgadores não treinados. Todos os atributos analisados apresentaram notas acima de 7 na escala hedônica de 9 pontos, o que evidencia boa aceitabilidade das formulações. De maneira geral, com o resultado da avaliação global pode-se perceber que os doces de buriti foram melhor avaliados pelos provadores (p<0,05), obtendo score de 8,0-8,1 e 7,0-7,2 para os para os doces de buriti e açaí, respectivamente. Para a intenção de compra, o doce cremoso de buriti foi o melhor avaliado (p<0,05), obtendo score de 4,4, ou seja, a maioria dos provadores “certamente compraria” ou “provavelmente compraria” o produto amostrado, resultado semelhante ao obtido para o doce em massa de buriti. Apesar de ter menor intenção de compra quando comparado com o doce cremoso de buriti, o doce cremoso de açaí ficou entre os scores “talvez comprasse/talvez não comprasse” e “provavelmente compraria” (score 3,7) não diferindo significativamente (p>0,05) do doce em massa de açaí que ficou na mesma posição. Visto a sua boa aceitação sensorial e o seu potencial de mercado, recomenda-se a produção, comercialização e consumo desses produtos.


Palavras-chave


Desenvolvimento; Euterpe oleracea; Inovação; Mauritia flexuosa