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O açaí é o principal produto da biodiversidade brasileira que pode ser transformado em derivados de alto valor agregado. Dessa forma, o açaí proporciona desenvolvimento local, contribuindo para o desenvolvimento da bioeconomia e, consequentemente, para a balança comercial brasileira. É crescente a procura por produtos de açaí, para se ter uma ideia a demanda por esse fruto cresce 15% ao ano o que evidencia a importância do processamento seguro. A demanda por açaí é estimulada devido aos diversos benefícios nutricionais e de saudabilidade relacionados ao consumo desse fruto, entretanto, caso o açaí não seja processado seguindo as Boas Práticas de Fabricação ele pode causar sérios danos à saúde a exemplo da doença de Chagas. Atualmente, cerca de 70% dos casos de Chagas são decorrentes do consumo de açaí contaminado. Esses casos podem ser reduzidos com a implantação das Boas Práticas em toda cadeia de açaí. Visando prevenir o aparecimento da doença de Chagas em Roraima e reduzir os casos no Brasil. Para que essa situação seja resolvida normativas precisão ser criadas, além de treinamentos regulares e fiscalização dos estabelecimentos batedores de açaí para mitigação dos riscos. Visando prevenir o aparecimento da doença de Chagas em Roraima e reduzir os casos no Brasil, o presente projeto objetivou criar material de divulgação sobre os perigos do consumo de açaí contaminado e formas de prevenir essa contaminação. Em visitas realizadas em propriedades produtoras de açaí do estado de Roraima surgiu a ideia do projeto. Em conversa, um produtor comentou sobre a preocupação que vem sentindo com o aumento de produtos sendo comercializados fora dos padrões de higiene recomendados. Esse relato evidenciou um problema identificado pela comunidade e a importância social do projeto. O projeto seguiu as recomendações descritas na Resolução RDC n° 275/2002 do Ministério da Saúde, que Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos, RDC n° 216/2004 do Ministério da Saúde, que Dispõe sobre os Procedimentos de Boas Práticas para serviços de alimentação a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado e do Decreto nº 326/2012 do Governador do Estado do Pará que estabelece requisitos higiênico-sanitários para a manipulação de açaí e bacaba por batedores artesanais, de forma a prevenir surtos com Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) e minimizando o risco sanitário, garantindo a segurança dos alimentos. Foram desenvolvidos materiais informativos em formato de cartilha, website e vídeo sobre o tema proposto com ampla divulgação ao público em geral. Os materiais de divulgação elaborados impactaram moradores de todos os estados do Brasil, visto o amplo alcance das mídias sociais. Projetos como esse são necessários especialmente em Roraima que vem passando por expansão da área produzida com açaí, entretanto ainda não tem normativa própria sobre Boas Práticas de Fabricação de açaí, o que possibilita a entrada de produtos fora dos padrões exigidos a nível nacional.

Legislação; Processamento de alimento; Segurança alimentar; Trypanosoma cruzi